Título original: A Serious Man
Ano: 2009
Diretor: Ethan e Joel Coen
Ainda que Um Homem Sério não seja do nível de Onde os Fracos Não Tem Vez ou O Homem que Não Estava Lá, é um grande avanço após o razoável Queime Depois de Ler. Grande mesmo. Desta vez, os irmãos Coen não utilizam nenhum astro importante de Hollywood e apostam em Michael Stuhlbarg para o personagem principal. Foi uma ótima escolha, pois o ator combinou muito bem com o seu personagem, transformando-se em um dos pontos fortes do filme.
Larry Gopnik (Stuhlbarg) é um professor de física que está enfrentando problemas em sua vida: um aluno coreano tenta suburna-lo para ser aprovado, sua esposa pede o divórcio, o seu irmão não tem emprego e vive às suas custas na sua própria casa, o filho mais novo está devendo 20 dólares para o traficante-mirim da escola e sua filha quer fazer uma plástica no nariz. Todos são judeus e Larry claramente tenta viver de acordo com os ensinamentos do judaísmo, mas o momento é difícil e ele se sente perdido. A solução é se aconselhar com os rabinos.
É interessante ver como o mundo arma um complô contra Larry. Ele é um cara calmo, tranquilo, mas está sobre muita pressão. O que será que Deus quer de Larry? É um teste? Existe um sentido na vida em que vivemos? Uma certa ironia e o tradicional humor peculiar dos irmãos Coen estão por todos os lados de Um Homem Sério, mas chegam ao ápice nas conversas que Larry ou o seu filho têm com os rabinos. Imaginem, um desses rabinos é Simon Helberg, o Howard Wolowitz de Big Bang Theory. Difícil olhar para ele e não rir, mesmo quando ele nem tenta ser engraçado. Essas conversas de Larry com os rabinos funcionam como os irmãos Coen dizendo: “Ei amigo, você quer um sentido para a vida? Continue procurando.”
Elogiar a fotografia de Roger Deakins é redundância, ainda mais em um filme dos Coen. Temos um visual muito bonito e ângulos que tornam algumas cenas mais interessantes. Mas não vou mentir. Não é um filme fácil de se admirar. Eu tive alguns problemas com ele. O principal foi a dificuldade de me importar realmente com os personagens e as situações, mas no geral, gostei muito do filme. Acho que os Coen deveriam seguir nesse caminho e em breve irão criar outra obra-prima como Onde os Fracos Não Tem Vez. A cena final de Um Homem Sério é uma das melhores do ano e mostra toda a qualidade dos irmãos.
Nota: 7
– B.K.

Eu estou com grandes expectativas em relação a este filme mas essa nota…
Vamos ver o que sai!
Abraço
http://nekascw.blogspot.com/
Vejo em “Um homem sério” a tese seguida pelos irmãos Coen de que, na verdade, ninguém se importa com ninguém. Vide o total descomprometimento dos rabinos, da esposa, do aluno e dos filhos para com o Larry Gopnik.
Confesso que quando o longa acabou, na cena ao som de Somebody to Love, eu me perguntei, se estava ficando louco ou se não tinha entendido nada mesmo. Só depois de um tempo é que a ficha caiu, e que as engrenagens voltaram a funcionar. De fato, é um ótimo filme, mas que deve ser visto com calma e atenção.
Abraço!
É verdade Santiago, além do fato de ninguém se importar com ninguém, acho que o filme mostra que não adianta procurar sentido pra vida.
Realmente, é um filme que precisa de um pouco de atenção para ser melhor compreendido.
Louco pra ver, pois gosto muito do cinema dos Coen. Terei de esperar um pouco porque o filme não veio pra cá
que pena. é muito bom de se assistir no cinema. tb gosto muito dos coen.
Preciso conferir este, e já.
Gosto da premissa do filme…e sei que é capaz de eu gostar e muito. abraço
acho que vai gostar sim.
Eu tendo a não gostar desses filmes dos irmãos Coen, mas prometo assistir “Um Homem Sério” com a maior boa vontade.
sinceramente, você vai poder aproveitar muita coisa nesse filme!
Sou totalmente ao contrário de todo mundo!! Adoro Queime Depois de Ler e não considero Onde os Fracos Não tem Vez tão ótimo assim!!
hehehehheh
Mas tenho grandes expectativas para este!! Comédia de humor negro é comigo!!
Abraço
não que eu não tenha gostado de Queime Depois de Ler, mas esperava muito mais após Onde os Fracos Não Tem Vez.
Um Homem sério tem muitas qualidades.
Bruno, como vai?
Gostei mais que você parece, um filme diferente e um protagonista centrado!
Eu gostei mas não tanto como eu esperava. Uma coisa boa dos Coen é esse cinema diferente e isso é sempre bom.
Adorei, cáustico, amargo e cruel. E ainda faz a pergunta mais importante de todas: Por que queremos tanto respostas ? Genial.
Cruel e amargo. Boa. Essas palavras definem bem o filme.
Oi Bruno,
Ótima crítica, focada e direto ao ponto. Não assisti ainda o filme pois priorizei Educação e o Mensageiro para este fim de semana. Reforço que não sou muito fã dos irmãos Coen embora admita o seu humor acidamente inteligente e realista. Na verdade, tenho fé de que o que abate o personagem central é o que acontece diariamente com uma série de Larrys da vida. Qual o sentido de se ferrar quando menos se espera e quando não se merece? bjs!
Mensageiro é ótimo!
Sim, temos Larrys por toda a parte. Geralmente quem não merece é quem acaba se ferrando mais. É a vida.
Sensacional esse novo filme dos Coen. Ao mesmo tempo que parece tão simplório, é um filme capaz de dizer muita coisa sobre nossa sociedade e sobre esse personagem perdido em sua própria inanição. E a direção dos caras é primorosa. Michael Stuhlbarg está excelente no papel.
Os Coen são foda, sempre com algo que foge do padrão.