Título original: Creation
Ano: 2009
Diretor: Jon Amiel
Peço desculpa aos criacionistas, mas não aceitar a teoria da evolução de Darwin é, no mínimo, ignorância. A ideia de Darwin pode ser considerada a mais original da história da ciência e um filme sobre ele e suas pesquisas tinha tudo para ser excelente. Acompanhar seus 5 anos a bordo de Beagle, explorando e estudando tudo a sua volta seria algo muito interessante. Pena que não é isso que temos em Criação.
Ao invés de investir o tempo em suas pesquisas, o roteiro prefere se aprofundar no Darwin pai de família, na sua relação com a esposa e na dor de perder uma filha. Sinceramente, se eu soubesse que o filme seria mais um dramalhão meia-boca iria aguardar sua chegada em DVD. Apesar da excelente performance de Paul Bettany e da regularidade de Jennifer Connelly, é uma historia repetitiva e que está longe de comover alguém. O diretor Jon Amiel parece nos querer confundir em alguns momentos, com flashbacks cuja fotografia e direção de arte são praticamente identicas as cenas do tempo atual. Some-se a isso o fato de Darwin de vez em quando ver sua filha morta, num tipo de alucinação e a confusão está formada. O que é real? O que é passado? O que é presente? Mistério.
Criação vale um pouco a pena por mostrar todo o sofrimento de Darwin e suas indagações antes de publicar o livro “A Origem das Espécies”. Sua relação com religião e fé é bem trabalhada em alguns momentos, porém, poderia ter sido muito melhor explorada se não tivessem perdido tanto tempo com o drama familiar. É mais um daqueles exemplos em que havia um material rico e intrigante que foi bizarramente desprezado. É um pecado o filme não mostrar Darwin e o Beagle, isso não sai da minha cabeça. O que vai sair da minha cabeça em breve é este filme, a não ser pelas divertidas cenas envolvendo uma macaca. É pouco, convenhamos.
Nota: 6
