Carlos Gutiérrez está prestes a completar 42 anos de idade. É divorciado, tem pouco contato com a filha Lisa Marie, trabalha em uma fábrica e passa horas sozinho em sua casa em um bairro de classe média baixa de Buenos Aires, comendo sanduíches de banana com manteiga de amendoim e ouvindo Elvis. A única coisa que parece injetar ânimo em sua melancólica existência é quando faz covers de Elvis Presley em casas de shows, bares e até asilos. É muito mais do que um hobby. Para ele, ser Elvis é a sua razão de viver. Em certa cena do filme ele diz que Deus lhe deu a voz do rei do rock, bastando apenas aceitá-la. Aos poucos percebemos o tamanho da obsessão de Gutiérrez pelo ídolo e começamos a temer o plano que ele deseja por em prática. Um acidente de carro faz com que a filha vá morar com ele por algumas semanas. Pela primeira vez em muito tempo os dois tem uma verdadeira conexão entre pai e filha. Será que isso é o bastante para fazê-lo desistir do tal plano? O ato final pode surpreender e causar estranhamento em muitos, mas com uma boa dose de atenção é possível descobrir pistas sobre ele ao longo de todo o filme. Mesmo com uma atmosfera triste, O Último Elvis reserva alguns momentos divertidos e muitos números musicas de extrema beleza, em que o ator estreante John McInerny (cover de Elvis na vida real) nos encanta com sua voz, com direito a versões arrebatadoras de Always on my mind, Unchained Melody e I’m so lonesome I could cry. Mais um grande acerto do cinema argentino!
8/10
Crítica: O Último Elvis (2012)

Acho apenas um bom filme, bem melancólico, e surpreende com algumas saídas bem maduras do roteiro. Gosto que o filme nunca julga seu personagem e o contato dele com a filha poderia ser bem clichê, no sentido de “aprender uma lição” com o encontro, mas o filme escapa bem disso.
eu tinha certeza que seguiria por esse caminho… me surpreendi com aquele ato final. gostei muito!
O filme me surpreendeu da melhor maneira possível. Achei que seria algo bem clichê, mas foi a contramão.
yep, aqui também celo!
Fiquei triste só de ler seu comentário, Bruno, imagine vendo o filme. Ficarei de olho nas pistas!
não tem como fugir disso, stella! mas veja mesmo.
Incrível como o cinema argentino dá BANHO no cinema brasileiro! Poderíamos aprender várias coisas com eles.
eles produzem mais filmes de qualidade mesmo, mas eu acho que o cinema brasileiro tá em constante evolução, agora que passou a febre do cinema-favela.