Eu estava um tanto ansioso pelo Coolritiba 2024. Comprei o ingresso muitos meses antes e queria muito ver ao vivo Ana Frango Elétrico, FBC e Rubel.

O dia do festival se aproximava e a previsão do tempo começou a me preocupar: haveria um temporal justamente no sábado.

Chegamos em uma certa altura da vida que a ideia de estar em um festival com chuva, poças de água e lama causa uma certa agonia.

Pois bem. Como prometido, a chuva veio.

E decidimos ficar de fora do festival.

De vez em quando algum conhecido postava alguma coisa no Instagram e ficávamos um tanto arrependidos. O show do BaianaSystem realmente pareceu muito bom. E quando cogitávamos ir até a Pedreira, a chuva vinha forte de novo. E desistíamos.

Lá por 20:00 fomos até o mercado comprar mantimentos para passar a noite em casa e eis que fomos atingidos por um inesperado pico de extroversão.

Realmente não esperava, mas fomos até a Pedreira e as 21:45 estávamos curtindo o show do Milky Chance.

Nunca fui o maior fã da banda e confesso que me impressionei com o som deles. Eles mandam muito bem ao vivo e investem em batidas ainda mais dançantes. O vocalista tem uma voz afinada e interage bastante com o público inclusive em português. Logo percebi a grande quantidade de hits que a banda produziu ao longo dos anos. Mesmo molhado e cansado, o público saía do chão animado com a quase balada que o Milky Chance entregou.

Pegamos uma pequena garoa e algumas latas de cerveja e rumamos até a Opera de Arame, onde ia rolar FBC.

Não gosto muito da acústica da opera, mas o FBC conseguiu mostrar porque é um dos bons nomes da música nacional atualmente. Passeando pela disco, funk e rap, ele se mostra cada vez mais inspirado.

E aí fomos ver o Lulu Santos. Nessas horas o alcool no meu sangue já era um fator considerável para que e me sentisse mais animado que o normal, mas convenhamos que o Lulu é muito nostálgico. Sabemos de cor várias de suas músicas e cantamos junto, meio que fazendo uma volta ao passado.

De qualquer forma, senti o homem meio cansado e com a voz não tão boa assim. Mas ele tem 71 anos, então vamos dar um desconto.

E para fechar, pegamos o finalzinho do WIU na Opera. Ele tem um flow interessante e que também contagia, mas não é exatamente a minha praia.

No pouco tempo que ficamos ali deu para ver um festival bem organizado e com um line-up excelente, investindo pesado na cena um pouco mais alternativa e trazendo nomes consagrados de qualidade. Em nenhum momento peguei fila para comprar cerveja e água. Talvez poderia haver um pouco mais de banheiros na área da Pedreira.

Sacanagem passarmos todo o ano 2024 com sol a pino e justamente no dia do festival cair uma bela de uma chuvarada. Ainda assim, com nossa estratégia de ir para o final pudemos aproveitar sem perrengue.

Pena que perdemos Ana Frango Elétrico e BaianaSystem, que foi muito elogiado.

Ano que vem vamos torcer para o tempo colaborar. Em termos de line-up podemos confiar tranquilamente na curadoria, que estava bem atenta as tendências da música.

Antes de chegar em casa é claro que rolou o pós-evento tradicional dos millennials curitibanos: um dogão responsa do auau.

Aliás, foi justamente nesse momento que pegamos a chuva mais forte da noite.

Sem problemas. Nos alimentamos e voltamos para nosso reduto do Cristo Rei com a sensação de que o nosso mini Coolritiba valeu bem a pena