Cinco anos se passaram desde quando Joel resgatou Ellie do hospital dos vaga-lumes, não sem antes matar a sangue frio dezenas.

Agora o distanciamento entre os dois é carregado de uma dor quase palpável. Joel tenta se aproximar dela das mais variadas formas, sem sucesso. Ele até busca terapia (em uma inspirada ideia do roteiro), mas por enquanto não parece ter muito efeito para ele.

Joel encontra refúgio nas interações com Dina, a BFF de Ellie que gostaria de ver os dois próximos. Mas Ellie está irredutível. A própria terapeuta pergunta para Joel se ele a machucou de alguma forma. E ele diz, com lágrimas nos olhos, que a salvou.

The Last of Us recomeça trabalhando o lado intimista de seus personagens com maestria. Já temos uma grande conexão com eles e agora compartilhamos cada sensação. Cada momento em que as rusgas se fazem presente ganham maior peso, considerando que em um mundo pós-apocalíptico cheio de infectados e de seres humanos buscando vingança tudo pode acontecer.

A apresentação de Abby foi sucinta mas teve boa carga dramática graças a qualidade da atriz Kaitlin Dever. O que será ela é capaz de fazer com tamanha dor que carrega? Será que ela poderá entender também o outro lado?

Confesso que inicialmente não gostei muito da opção de não deixar a Abby forte como um touro como no jogo, mas confiarei em Craig Mazin e Neil Druckmann.

E o que dizer da possibilidade de infectados inteligentes? A cena naquele mercado foi extremamente intensa e prenuncia mais perigos pela frente.

Um primeiro episódio é sempre complicado e The Last of Us conseguiu acertar em praticamente tudo. Já deu para perceber como a produção está mais ambiciosa e agora estamos envolvidos na dinâmica de uma cidade de tamanho considerável. E em apenas um episódio eles já nos apresentaram a uma personagem das mais fascinantes. Sim, falo de Dina em uma ótima atuação de Isabel Merced.

Não tenho dúvidas que sequências de ação potentes estarão reservadas para breve, mas sem deixar de lado o que realmente faz essa série ser o que é: os dramas pessoais.