O filme se passa no século XIX em uma cidade extremamente pequena da costa da Dinamarca. Ali um pastor resolveu criar sua própria seita, angariando alguns seguidores. Ele procura fazer com que seus fieis ignorem qualquer tipo de prazer terreno, vivendo somente como expectadores da própria vida. O começo lento do filme pode incomodar a alguns, mas sugiro que não desistam. O diretor Gabriel Axel nos familiariza com a região de uma maneira calma, explorando a beleza bucólica do local com elegantes enquadramentos de câmera e também nos mostra os personagens sempre com a cara fechada, com feições pálidas e tristes.
As coisas começam a mudar quando Babette anuncia que fará um jantar em homenagem aos 100 anos do pastor local. Não um mero um jantar, mas sim um dos maiores e mais apetitosos banquetes já vistos no cinema. É impossível não querer fazer parte do banquete e saborear aquela comida espetacular. Durante o banquete podemos acompanhar as mais diversas transformações nos convidados, que passam a sentir prazer e tornam-se mais carismáticos uns com os outros.
A Festa de Babette não impressiona só por mostrar que cozinhar é uma arte, mas também por ter um cunho filosófico bastante rico. Vários temas que envolvem religião, vida, morte e sucesso são mostrados para que o público possa refletir e discutir sobre eles. Este filme ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1987 e foi considerado uma pequena surpresa. Uma bela surpresa, na minha opinião.
Terceiro.
Título original: Babettes gæstebud
Ano: 1987
País: Dinamarca
Direção: Gabriel Axel
Roteiro: Gabriel Axel
Duração: 102 minutos
Elenco: Stéphane Audran, Bodil Kjer, Birgitte Federspiel, Jarl Kulle, Jean-Philippe Lafont
– Que filmes que envolvem COMIDA aguçam o apetite? Me lembro de Ratatouille, apesar da comida ser feita por um rato! 😉
/bruno knott


Acho muito interessante a forma como o filme utiliza a culinária como forma de aproximar as pessoas e revelar que a busca pelo prazer não deve ser encarada como um pecado.
Exatamente Rafael… e apesar do filme utilizar a comida para passar essa mensagem, podemos transportar isso para várias formas de prazer, como a música ou até mesmo o alcool… 😉
Exatamente!!
Bruno, “Simplesmente Martha” e “Chocolate” me deixam faminta, só de pensar!
“Festa de Babette” é uma homenagem a todas as pessoas que executam seus ofícios com amor. Uma de minhas cenas prediletas é quando Babette passeia pelo campo, experimentando as ervinhas locais que usará para temperar o mingau insosso de pão e cerveja.
Rafael: gostei da lembrança. Não é à toa que o primeiro milagre de Jesus foi numa festa de casamento, onde transformou água num vinho muito bom!
Bela cena mesmo, Stella…
Chocolate é uma ótima pedida mesmo. Simplesmente Martha ainda não conferi.
Nossa… bem lembrado, essa cena dela experimentando as ervas é sutil mas é marcante.
Esse é um filme que sempre fui deixando pra depois, apesar de sempre estar em minha lista de a serem vistos. Gostei muito do texto e dos comentários sobre pecado, prazer e comida. Vou ver o quanto antes.
bjs
Ele tb estava na minha lista há um tempinho, ainda bem que resolvi assistir… não me arrependi nem um pouco!!
bjo.
Tenho fome só de lembrar rs. Gosto muito também, filme delicioso 😉
abs!
Demais!
Até hoje não consegui ver esse (mesmo depois de mil indicações). De filmes de comida eu lembro de Estômago, do Marcos Jorge (com o ator João Miguel) e o Sem Reservas (com a Catherine Zeta-Jones e o Aaron Eckhart). Até hoje estou querendo saber qual o aroma daquelas trufas que a chef de cozinha comprou. Curiosidade quase mórbida!
Estômago!!! Excelente mesmo.